quarta-feira, 20 de outubro de 2010

BALDE CHEIO : PIQUETEAMENTO COMO ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE BUSCANDO A MAIOR PRODUÇÃO DE LEITE

RESUMO

O Balde Cheio, que adota tecnologia desenvolvida na Embrapa Pecuária Sudeste, tem como grande mérito unir pesquisa e extensão. Em linhas gerais, o projeto consiste na adoção de técnicas de manejo da pastagem do gado, controle zootécnico e gestão da propriedade, com o acompanhamento minucioso das receitas e despesas, buscando a maior produção de leite na menor área possível e, consequentemente, gerando mais lucro para o produtor. As informações, valores e procedimentos foram transmitidos aos alunos com o objetivo de conhecer o Projeto Balde Cheio como um projeto de pesquisa e transferência de tecnologia cujos resultados demonstram a viabilidade técnica e econômica da pequena propriedade ou propriedade familiar para produção de leite de forma sustentável.
Portanto esse trabalho é de suma importância para a comunidade escolar se conscientizar de que a pecuária leiteira é lucrativa, evita o êxodo rural e melhora a autoestima do homem do campo que muitas vezes passa por dificuldades financeiras devido aos baixos preços dos produtos.


1 INTRODUÇÃO


Um dos problemas da pecuária leiteira no Brasil é que muitas das informações geradas sobre tecnologia e pesquisa não chegam aos produtores, principalmente os de pequeno porte. Uma das causas dessa não aplicação de técnicas é o desconhecimento pela maioria dos extensionistas sobre o significado de produzir leite de forma intensiva e sustentável.
De Norte a Sul do país, cerca de 13 milhões de vacas são ordenhadas diariamente. Juntas, elas produzem por dia nada menos 74 milhões de litros. A produção brasileira é suficiente para atender a demanda do mercado interno e ainda sobra um pouca para a exportação.
A maior parte do leite no Brasil abastece milhares de laticínios que produzem manteiga, leite em pó, creme de leite, queijo e iogurte. Ao todo, a cadeia produtiva movimenta por ano algo perto de 64 bilhões. Além de ter peço na economia o leite tem uma enorme importância social. A grande maioria dos produtores são pequenos sitiantes, que moram no campo e trabalham em família. Pela conta dos economistas do setor, somando propriedades familiares com fazenda de porte maior, todos os dias cerca de 4 milhões de pessoas trabalham com o leite no Brasil.
O Balde Cheio, que adota tecnologia desenvolvida na Embrapa Pecuária Sudeste, tem como grande mérito unir pesquisa e extensão. Em linhas gerais, o projeto consiste na adoção de técnicas de manejo da pastagem do gado, controle zootécnico e gestão da propriedade, com o acompanhamento minucioso das receitas e despesas, buscando a maior produção de leite na menor área possível e, consequentemente, gerando mais lucro para o produtor.
A idéia do Projeto teve inicio em Setembro de 1997, mas só começou a funcionar em 1998. Em Terra Nova do Norte o Projeto iniciou-se em julho de 2009.
No inicio este trabalho era chamado de Projeto de Agricultura Familiar – Leite e posteriormente mudou para Projeto de Viabilidade Leiteira em Propriedades Familiares. A seguir ficou conhecido como Projeto de Viabilidade da Produção de Leite em Pequenas Áreas, até surgir o nome Balde Cheio sugerido pelo extensionista, o engenheiro agrônomo Adalberti Stivari.

2 OBJETIVO GERAL

Conhecer o Projeto Balde Cheio como um projeto de pesquisa e transferência de tecnologia cujos resultados demonstram a viabilidade técnica e econômica da pequena propriedade ou propriedade familiar para produção de leite de forma sustentável.


2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Conhecer uma propriedade que utiliza a técnica de piqueteamento;
 Conhecer o Projeto Balde Cheio através de uma palestra realizada pela Coopernova;
 Incentivar o aumento de renda da pecuária leiteira em pequenas propriedades;
 Confeccionar uma maquete para demonstrar a área de pequeteamento;
 Conscientizar os produtores de pequeno porte que o Projeto Balde Cheio é viável, com as tecnologias adotadas aumenta a produção de leite e consequentemente a renda familiar e não agride o meio ambiente.

3 METODOLOGIA

Primeiramente, os alunos participarão de uma palestra promovida pela Coopernova, onde o palestrante falará sobre o projeto e seu funcionamento.
No segundo momento, escolheremos uma propriedade na comunidade escolar que adotou o projeto e serve como unidade de demonstração.
Depois trabalharemos em sala de aula, as técnicas adequadas para o bom desenvolvimento da propriedade, os matérias necessários para implementação do projeto, o custo beneficio e as vantagens de trabalhar com uma propriedade de pequeno porte as técnicas de piqueteamento.
Após os alunos irão confeccionar uma maquete para demonstração do piqueteamento da propriedade visitada.
Por ultimo os alunos vão realizar a confecção de cartazes demonstrando o conhecimento adquirido, para apresentação da III Mostra do Conhecimento Municipal.

4 DESENVOLVIMENTO

O projeto “Balde Cheio”, da Embrapa Pecuária Sudeste, demonstrou a viabilidade - técnica e econômica - da pequena propriedade, ou propriedade familiar, para a produção de leite. Alguns de seus resultados são a obtenção de lucro nesse tipo de propriedade antes deficitária, o aumento da renda do pequeno produtor, a redução do êxodo rural e o aumento da produção de leite, por hectare / ano, de até 12 a 15 vezes (ou seja, de 1.100% a 1.400%). Tudo isso com metodologia inovadora, que superam muitos dos problemas normalmente enfrentados pela transferência de tecnologia da pesquisa para o campo.
Atuando em propriedades de meio hectare a 20 hectares, a tecnificação e o bom gerenciamento permitem que esses produtores familiares multipliquem sua renda, que, em alguns casos, era, antes de aderirem ao projeto, inferior a um salário mínimo.
Cerca de 90% dos produtores assistidos pela Embrapa Pecuária Sudeste conseguia produção diária inferior a 80 litros no início dos trabalhos. Após o processo de tecnificação, passaram a obter de 300 litros a mais de mil litros / dia. Mas o indicador mais importante na atividade, que é a produção de leite por hectare / ano, foi elevado de 12 a 15 vezes.
O projeto apresenta várias inovações, com destaque para duas delas: 1) os trabalhos são dirigidos tanto a técnicos da extensão rural como a produtores e 2) a transformação das propriedades em “salas de aula” pois invés de dias de campo esporádicos ou palestras em ambientes fechados, os encontros nessas “salas de aula” são permanentes e essa propriedade é assistida e visitada por outros produtores durante um período de quatro anos. O sítio fica sob monitoramento permanente de um técnico da extensão rural.
Os pecuaristas assistidos são pequenos produtores que estavam a ponto de abandonar a atividade e que hoje estão numa situação confortável. “Ninguém vai ficar rico com pequena produção de leite, mas o pequeno produtor pode multiplicar a sua renda, investir em tecnologia e gerência, viver dignamente e com conforto”, afirma Artur Chinelato de Camargo, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste e coordenador do “Projeto Balde Cheio”. O projeto assiste diretamente a mais de 2.200 propriedades, em quase 400 municípios de 12 Estados.
Uma propriedade por município é selecionada pelo extensionista interessado, devendo ter preferencialmente o seguinte perfil: ser de pequeno porte (a partir de 0,5 ha), que tenha na atividade leiteira sua principal fonte de renda, para que sirva como exemplo a outros produtores na mesma situação, e que seja de cunho familiar, para que não haja interferência no aprendizado das pessoas envolvidas.
Selecionada a propriedade e esta sendo aprovada pela equipe do projeto, o proprietário deverá responder um questionário que identificará além de seu sistema de produção, aspectos relacionados à situação sócio-econômico da família, bem como questões referentes ao ambiente. A visita de um integrante da equipe do projeto ocorrerá a cada quatro meses durante o tempo do trabalho, que é de quatro anos, totalizando doze visitas de acompanhamento. Nessas visitas, além do integrante da equipe, deverão estar presente: o extensionista responsável outros pela UD e o produtor. A presença de mais pessoas, ou seja, outros técnicos e produtores de leite da região, deve ser incentivada. O extensionista responsável pela UD, deverá visitá-la periodicamente, na freqüência mínima de uma vez por mês.
O produtor de leite que aceitar ser uma UD, terá o direito de ser assistido pelos técnicos do Projeto, desde que cumpra com as seguintes obrigações: (a) realizar de imediato, exames para detecção de brucelose e tuberculose, descartando animais positivos; (b) permitir que sua propriedade seja visitada por outros produtores e outros técnicos; (c) fazer sempre o que for combinado entre os envolvidos e (d) passar a anotar controles básicos como chuva, temperaturas máxima e mínima, despesas e receitas da atividade leiteira, parições, coberturas e controles leiteiros (pesagem ou medição uma vez ao mês, do leite produzido por cada uma das vacas em lactação).


4.1 TÉCNICAS ADEQUADAS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

As técnicas adequadas a cada propriedade são propostas e discutidas por todas as pessoas presentes na visita quadrimestral. Desta forma, a solução mais viável possivelmente será encontrada e a cada visita os problemas vão sendo solucionados e novas perspectivas vislumbradas.
Para que o acompanhamento seja eficaz e a evolução do trabalho possa ser mensurada, alguns materiais são necessários:
1. planilhas para preenchimento no campo pelo produtor, referentes aos controles climáticos, econômicos e zootécnicos;
2. análise do solo
3. exames para detecção de brucelose e tuberculose;
4. levantamento plani-altimétrico detalhado da propriedade;
5. identificação dos animais via brincos numerados;
6. fita para pesagem de animais;
7. pluviômetro;
8. termômetro de máxima e mínima;
9. quadro circular para gerenciamento da reprodução do rebanho e
10. quadro circular para gerenciamento do desenvolvimento das fêmeas em crescimento.

4.2 TECNOLOGIAS UTILIZADAS

Um dos principais motivos do bom desempenho das propriedades participantes é a aplicação integrada de um conjunto de tecnologias de processo e de gestão que ampliam o potencial de produção de cada sistema. As principais tecnologias são:
- manejo intensivo de pastagens tropicais irrigadas
- utilização de cana de açúcar + uréia na época seca
- sobresemeadura de gramíneas de clima temperado
- utilização de sub-produtos na alimentação dos animais
- controles zootécnicos
- quadro dinâmico de controle reprodutivo
- planilha de avaliação econômica e zootécnica
- quadro dinâmico de crescimento de novilhas
- descarte e seleção de animais
- práticas de redução do impacto ambiental da atividade leiteira
- melhoria do conforto e bem estar animal
- técnicas de produção higiênica de leite
- melhoramento genético
- implantação de construções rurais de baixo custo (cocho-trenó, bebedouro carrapato, criação de bezerros em estacas, utilização de madeira plástica, etc.)
- estabelecimento de calendário de manejo da sanidade animal.

4.3 CÁLCULOS

8m Representação do Piquete
18m
1 8
x 8
144 m² Em cada Piquete

1 4 4
x 28
1 1 5 2
2 8 8 +
4.0 3 2 m² Área do Piqueteamento
A área da propriedade do Sr. Alan Patel para o piqueteamento é formada por 0,5 (ha), onde 1(ha) corresponde a 10.000 m², então sua área é de 5.000 m².

5 JUSTIFICATIVA

O enfoque pedagógico adotado nesse projeto é construído, onde se pressupõe que o conhecimento é adquirido pelo cidadão quando interagem com o meio. O Projeto Balde Cheio que adota tecnologia inovadora com grande mérito de unir pesquisa e extensão e visa a adoção de técnicas de manejo da pastagem do gado, buscando a maior produção de leite na menor área possível e com isso gerar mais lucro para o produtor.
Esse conhecimento é formado com a interação de pesquisa com as pessoas, nesse ambiente os professores deve ser o provocador e estimulador de novas experiências levando o estudante a propor estratégias ou caminhos para buscar respostas e assim construir seu próprio conhecimento, expondo o resultado de suas experiências.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acreditamos que a realização desta pesquisa tenha contribuído muito para melhorar o conhecimento dos nossos alunos acerca desta temática, bem como a aprendizagem dos mesmos pois o projeto nos oferece uma melhor qualidade de vida das famílias, onde a rentabilidade maior esta ligada a produção leiteira.
Com isso o projeto visa promover o desenvolvimento da pecuária leiteira com a proposta de produzir leite de forma intensiva e sustentável, levando em conta que nossa região passa por duas estações no ano o período das águas e da seca, onde que nesses dois momentos há uma alteração na produção do leite nesse caso na seca, com o projeto o produtor pode remanejar seu rebanho nos piquetes e ainda realizar uma alimentação no cocho com os suplementos necessários para o rebanho e consequentemente manter sua produção leiteira.
Ao concluir esse trabalho observamos que o piqueteamento nas pequenas propriedades é viável e traz grandes benefícios para os produtores, mantendo assim a qualidade na produção do leite.

Projeto Apresentado na III Mostra Municipal do Conhecimento, e será apresentado no mês de Novembro em Terra Nova do Norte - MT.
Professoras: FLÁVIA SANDRA LAZZAROTTO, DAIANE WIEDENHOFT BALENSIEFER
KEITH DAIANE MAIA e REGIANE MARCOLAN.

Postado por Leticia Moreira (Técnica do Laboratório de Informática).

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