quinta-feira, 7 de junho de 2012

A NOIVA QUE ENGASGOU – SE COM A MOELA
Gênero textual: Poema em prosa


Num casamento no sítio
a comida era pirão
peru guisado e assado
com arroz e macarrão
vinho de maracujá
e assado de capão

Certo dia no sertão
uma moça se casou
e na hora do jantar
o candieiro se apagou
e a noiva muito faminta
nesta hora aproveitou

Foi no prato da carne
pegou – se com a moela
inteira de um peru
e pensou vou comer ela
não deu tempo mastigar
e ela entalou na guela

Quando acenderam o candieiro
estava a noiva entalada
com os olhos aboticados
e a roupa toda melada
apontando com o dedo
para a boca escancarada

Disseram: a noiva engasgou – se
e agora o que se faz?
um cabra mediu – lhe um sôco
nas costas dela por trás
que a moela pulou inteira
quase derruba um rapaz

E a noiva com a vergonha
vendo o vestido melado
se recolheu ao quarto
deixou o noivo de lado
e no quarto ainda comeu
um quarto de bode assado.



                                                                  José Francisco Borges. Historinhas de cordel para crianças. Folheto impresso.

Professor: Paulo Sérgio Leite.

segunda-feira, 4 de junho de 2012


A princesa que gostava de ler

Era uma vez uma princesa que vivia trancada em uma torre por ordem de seu pai. Ouviu no noticiário da televisão que estava havendo no reino uma epidemia de uma doença, e que o rei estava preocupado. Resolveu mandar um recado ao pai pela copeira:
— Diga ao meu pai que eu sei de um jeito para essa doença.
Foi bom, porque então o rei veio com a rainha visitar a princesa. Ele era mandão e teimoso, mas gostava da filha e estava com muita saudade dela. Só não tirava logo a princesa da torre porque não queria dar o braço a torcer. Mas aproveitou o pretexto e veio logo. Chegou com um jeito todo importante:
— Eu soube que você tem alguma coisa a me dizer sobre a doença que assola o reino. O que é?
Mosquito! — disse a menina.
O rei ficou espantadíssimo.
Mas a princesa desatou a falar. Contou que aquela febre era transmitida por um mosquito, que as larvas do inseto nasciam na água, que era preciso fazer uma campanha de saneamento e ensinar uma porção de coisas à população. Explicou também que o reino precisava de obras para ter esgoto e água limpa em todas as casas. E que as pessoas deviam se vacinar. E que havia um cientista famoso que conhecia tudo daquela doença, podiam contratá-lo para ajudar.
— De onde você tirou essa idéia, menina?
— De muitos lugares. Umas coisas eu li nuns livros, outras eu li em outros. E a notícia do trabalho do cientista é muito nova, eu vi na internet. Ele trabalha numa universidade, e o senhor pode entrar em contato com ele.
O rei seguiu aqueles conselhos e deu tudo certo. Ele ficou tão contente que tirou a princesa do castigo. Deixou que ela saísse da torre e ela passou a ir lá quando queria, para brincar com os amigos ou ir à biblioteca.
MACHADO, Ana Maria. A princesa que escolhia.

                                    Trabalho para o curso de mídias:  LETICIA APARECIDA MOREIRA.